terça-feira, 25 de setembro de 2012

                Debate dos candidatos a Prefeitura de Nova Iguaçu 



Com a mediação do editor-executivo do jornal Extra, Marlon Brum, foi realizado o primeiro e único até agora debate eleitoral entre os candidatos a Prefeito de Nova Iguaçu, estando presente os seguintes candidatos: Emílio Araújo (PSOL), Nelson Bornier (PMDB), Renato Gomes (PSTU), Rogério Lisboa (DEM), Sheila Gama (PDT), e Walney Rocha (PTB).

O primeiro tema foi EDUCAÇÃO.

Na ordem do Sorteio começou com a Prefeita Sheila Gama, quando assumi o governo em março de 2010, começamos a construir e reformar escolas. A escola Marinete, a escola França Carvalho, a escola Leonel de Moura Brizola. É uma escola de referência para o nosso município. Já reformamos 25 escolas. Para se ter uma boa educação, de horário integral, temos que ter escolas limpas, bonitas e com boa merenda. Encontramos a merenda composta por 34 itens, hoje tem 82 itens, incluindo peixe, carne e legumes. Nunca tivemos uma alimentação tão completa quanto agora para o bom aprendizado. As crianças receberam pela primeira vez uniforme de frio. Nunca pensaram que criança sente frio - afirmou ela.

Já o deputado federal Walney Rocha prometeu ampliar a quantidade de refeições oferecida na merenda escolar:
- Os alunos terão quatro refeições na escola no meu governo. Precisamos ampliar a quantidade de creches. O município precisa tomar conta disso também. Criaremos o programa Tratando o Mestre com Carinho, para que ele tenha acesso a cursos de aperfeiçoamento, para trabalhar com os jovens do nosso município. Aos jovens que não têm acesso ao ensino no nosso município, eu digo que no meu governo a prefeitura vai dar bolsas de estudo para que todos possam estudar.

O deputado federal Nelson Bornier falou em aumentar a rede de ensino municipal:

- A gente pretende procurar novos locais para adicionarmos novas escolas nesse município. Temos 1.100 alunos a menos do que tínhamos quando fui prefeito. Temos que acoplar o estudo infantil. Tínhamos 61 creches no meu governo, sendo 48 conveniadas. Vamos fazer com que as novas crianças possam utilizar esses convênios tão importantes. Temos, lógico, que valorizar o profissional. Temos que ter esse trabalho em cima dos professores.

Para o ex-deputado Rogério Lisboa, a meta será implantar o sistema de ensino em tempo integral em toda a rede.

- Falar em tempo integral, que é a nossa meta central como proposta de governo, temos que falar em reforma das escolas. Produzir equipamentos necessários para termos o tempo integral. O investimento no profissional de educação é fundamental. As creches são uma deficiência em toda a cidade. Temos uma tarefa ainda, antes disso, que é preparar o município para isso. Temos uma meta e vamos tentar alcançá-la 100%. Além disso, temos que pensar na capacitação de jovens e adultos para o mercado de trabalho - afirmou.


TEMA SAÚDE

A saúde pública foi o segundo tema sobre o qual os candidatos à Prefeitura de Nova Iguaçu expuseram suas propostas. Sheila Gama reclamou da municipalização do Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Posse, que pertencia ao governo federal.

- O Hospital da Posse foi equivocadamente municipalizado. Custa muito ao município manter aquele hospital, que é regional. Não atende só à Baixada, mas também às cidades limítrofes. Não podemos fechar o hospital. Com toda a deficiência, ele está acolhenco com humanização a todos. Já reformamos dois postos de saúde. Encontramos a cidade destruída - afirmou a prefeita.

Ex-secretário municipal de Saúde, Walney Rocha prometeu criar uma clínica para dependentes químicos:

- Não acredito em programas mágicos na saúde. Vamos criar uma clínica para dependentes químicos, com o objetivo de colocá-lo de novo na sociedade. Vamos tratá-lo como ser humano e não jogado pelos cantos, como está hoje.


Prefeito da cidade de 1997 a 2002, quando renunciou para se candidatar a deputado federal, Nelson Bornier afirmou que o problema é de administração:

- Saúde não tem milagre. É gestão. Naquele momento, tínhamos convênios com laboratórios e clínicas. As clínicas de família fazem parte do meu programa. Vou fazer o Hospital da Posse funcionar. Quem vai tocá-lo sou eu, que entendo de gestão. Vou lá ver como as pessoas estão sendo atendidas.


Rogério Lisboa afirmou que, se eleito, dividirá a cidade em dez regiões administrativas de saúde.

- Vou dividir a cidade em 10 áreas autônomas. Cada uma com 80 mil vidas. Vamos fazer um investimento maciço no posto básico de saúde. Precisamos ter uma ambulância em cada região. Se não temos no quilômetro 32, até ela sair do Centro e chegar lá, o paciente já morreu. Temos um problema de exame. Hoje, um hemograma demora meses. A saúde na cidade hoje é um caos. Temos que ter gestão - afirmou.


TEMA TRANSPORTE PÚBLICO

Os candidatos a prefeito de Nova Iguaçu acabaram de tratar do que pretendem fazer na área de transportes públicos. A tônica nos discursos foi a da redução tarifária. Sheila Gama defendeu seu projeto ferroviário urbano, o aeromóvel, e a criação de um bilhete único, tal como já existe no Rio e em Niterói:

- Temos ônibus escolar pela primeira vez. São 17 ônibus. Isso é respeito às mães. Não adianta VLT, que vai pegar mais uma pista da cidade. Precisamos do aeromóvel, o trem sobre trilhos, um anel que vai ter no Centro, com uma linha até Cabuçu e outra até Santa Rita. Nova Iguaçu vai colocar seu aeroporto para funcionar. Vai chegar ao primeiro mundo. Vamos colocar bilhete único também.

Walney Rocha, por sua vez, quer construir viadutos e baixar o preço da passagem de ônibus.

- Precisamos criar novos viadutos. A passagem também vai cair para R$ 1, como fez Angra. Isso é possível, com transparência - disse ele.
Já Renato Gomes quer criar uma empresa municipal de transportes:
- Temos que ter uma empresa de transportes do município. Aí, será possível colocar a passagem a R$ 1. Vamos colocar os cobradores de volta.

Nelson Bornier foi outro que defendeu a redução tarifária:

- Depois que eu saí da prefeitura, mudaram essa modalidade de aumento da tarifa. Vamos reduzir o preço da passagem. Mas cada candidato tem que conhecer o orçamento da prefeitura. Será que os candidatos já sabem que a prefeita já mandou a proposta para a Câmara? Tem que ver isso. Dizer que vai a R$ 1 ou vai dar de graça é fácil, mas tem que ver isso. Não pode fazer esse tipo de proposta, que não é verdade. Com certeza, vai ter redução da tarifa.

Rogério Lisboa também falou em baixar os preços das passagens, mas também quer fiscalizar as empresas de ônibus.

- Tem que colocar fiscalização na rua e cobrar do empresário de ônibus. Tem que resolver os gargalos do trânsito, como o viaduto do 13 e o viaduto da Posse, que precisa ser terminado. Com relação à passagem de ônibus, é preciso fazer uma avaliação e, em determinadas linhas, a passagem tem que cair - disse.


TEMA: SEGURANÇA PÚBLICA

Sobre a segurança pública em Nova Iguaçu, os candidatos a prefeito apresentaram propostas diversas. A prefeita Sheila Gama reclamou da perda do 20º BPM para Mesquita, que se emancipou da cidade há 13 anos.

- Esse batalhão que era nosso foi para Mesquita quando a cidade foi emancipada. Ninguém brigou. Vamos criar o guarda municipal - afirmou.

- Vamos criar a Secretaria de Defesa do Cidadão, para monitorar a cidade com as câmeras em cada ponto que concentra a massa da cidade - prometeu Walney Rocha.

Rogério Lisboa, por sua vez, defende a melhoria da iluminação pública na cidade e a criação de uma Guarda Municipal.

- Temos que ter muita luz, que dá sensação de segurança. A cidade arrecada muito para iluminação pública. Temos que dar um banho de luz. Outra coisa é o monitoramento por câmera. Tudo isso tem que ser ligado à PM e à Polícia Civil. Vamos abrir concurso para a Guarda Municipal - disse ele.



O peemedebista Nelson Bornier foi o único a não falar sobre o tema:

- Eu deixei R$ 19 milhões nos cofres da prefeitura. Vou acabar com o empreguismo. Tenho o governador e o vice-presidente da República no meu partido. É questão de saber aplicar os recursos.

Segundo Bloco do Debate

No segundo bloco do debate promovido pelo EXTRA entre candidatos a prefeito de Nova Iguaçu, o deputado federal Walney Rocha (PTB) perguntou a Sheila Gama (PDT), atual prefeita e candidata à reeleição, qual era a sua proposta de acesso à água.

- A primeira coisa que fiz quando assumi em 2010 foi ir ao Ministério das Cidades para cobrar as obras de água em Nova Iguaçu. Toda Nova Iguaçu vai estar com água na torneira até o fim de 2013. Se isso não ocorrer, vamos municipalizar a água - prometeu Sheila.
Rocha aproveitou a réplica para apresentar a sua ideia de municipalizar o serviço:

- Vamos criar a Companhia de Abastecimento de Água aqui em Nova Iguaçu.

- Fico abismada de ter candidato que já passou por aqui e não resolveu o problema de água na Baixada - respondeu Sheila, alfinetando o ex-prefeito e hoje candidato Nelson Bornier (PMDB).

Perguntando por Rogério Lisboa (DEM) sobre propostas para a área ambiental, o candidato Renato Gomes (PSTU) acusou o governo estadual de omissão no assunto:

- O governo do estado é o culpado pela falta de acesso à água. Vamos cobrar isso do governo do estado.

Em mais uma rodada de perguntas e respostas entre os candidatos à Prefeitura de Nova Iguaçu, o tema geração de empregos foi discutido entre os seis presentes ao encontro promovido pelo EXTRA no campus da Unig. Os incentivos fiscais, a criação de um distrito industrial, o investimento na qualidade de vida dos trabalhadores e a concessão de empréstimos a micro-empresários foram algumas das propostas apresentadas.

- As empresas estão saindo de Nova Iguaçu, o que gera grande prejuízo para a cidade. No nosso governo, vamos criar o distrito industrial para retomar com esse crescimento - prometeu Walney Rocha (PTB)

Nelson Bornier prometeu incentivos fiscais para os interessados em se instalar na cidade:

- A partir de 1º de janeiro, digo às empresas que quiserem vir para Nova Iguaçu que eu estarei de braços abertos, dando os incentivos necessários.

O candidato Rogério Lisboa (DEM) criticou a pequena geração de empregos e prometeu conceder empréstimos a microempresários, com o objetivo de fomentar o crescimento econômicos.

- A cidade não cria novos empregos. A gente perde direto para Queimados, que ficou com o nosso distrito industrial. Temos o projeto Banco do Povo, com empréstimos ao microempreendedor. Vamos separar R$ 3 milhões para isso e gerar mil empregos de cara. É um projeto inspirado em Belém do Pará - explicou o candidato.


Sheila Gama (PDT) rebateu as críticas e afirmou que seu governo está gerando empregos e trazendo investimentos para a cidade. Com ironia, pediu a Emílio Araújo (PSOL) sugestões para que ela coloque em prática, caso seja eleita.

Sheila não respondeu à crítica e voltou a mencionar o aeroporto de Nova Iguaçu como um motor de crescimento da cidade.

O deputado federal Nelson Bornier (PMDB) e o ex-deputado Rogério Lisboa (DEM) levantaram polêmica quando os candidatos a prefeito de Nova Iguaçu discutiam sobre relações institucionais entre esferas de governo no debate promovido pelo EXTRA.

Os dois criticaram a prefeita Sheila Gama por nunca tê-los procurado em Brasília para pedir emendas parlamentares destinadas ao município.

- Tem que existir a relação, mesmo você sendo de um partido de oposição. Você tem que ter parceria, isso nasce já no dia seguinte à eleição. Se não existir parceria, não pode ser candidato. Nunca fui procurado - criticou Bornier.

- Eu também nunca a recebi, prefeita Sheila, para pedir emenda orçamentária. Nunca entendi isso. Mas vale lembrar que essa é uma relação institucional. Não podemos achar que o partido A é amigo do partido B e vai ter privilégios - afirmou Lisboa.

Sheila Gama aproveitou a pergunta que deveria fazer,  para responder a crítica de Lisboa e Bornier:

- Nesses dois anos de mandato, eu não tive como estar todo dia em Brasília. Fui ao ministro da Previdência, das Cidades, da Saúde.

- A postura com que se faz isso é essencial. Tenho visto candidatos reivindicando para si a condição de representantes do governador do estado e da presidente da República em Nova Iguaçu. Como é que vai se cobrar deles? - questionou o candidato.


O deputado federal Walney Rocha (PTB) defendeu a relação com as outras duas esferas de governo.

- A parceria com o estado e a União tem que ser para dar fortalecimento político - afirmou.
No último bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais.

O candidato do PSOL, Emílio Araújo, afirmou que o debate mostrou a validade de sua candidatura:

- Vamos melhorar a condição de vida da população de Nova Iguaçu. Queremos um governo honesto e democrático. Nossa candidatura enfrenta o poderio econômico de todas as outras, mas mostrou que estamos preparados para governar esta cidade.

O peemedebista Nelson Bornier afirmou que sua experiência anterior como prefeito o ajudará em um futuro governo.

- Construí escolas, não deixei dívidas e cuidei do funcionário público. Na segurança pública, vamos criar postos de DPOs (destacamentos de policiamento ostensivo) na periferia. Na escola, vamos tentar absorver o maior número possível de crianças para as escolas - prometeu.

O candidato do PSTU, Renato Gomes, afirmou que as promessas de seu partido são as "lutas das nossas vidas":

- Quando nós estamos na rua, observamos que a população não aguenta mais os mesmos candidatos. Pertencem ao mesmo grupo econômico, que é o capitalismo, os grandes empresários de Nova Iguaçu - afirmou.

O demista Rogério Lisboa aproveitou as considerações finais para criticar a falta de gestão do acesso à água.

- Ando pela cidade inteira, e as pessoas perguntam minhas propostas. Depois, sempre perguntam se eu vou voltar depois de eleito. Esse povo quer saber se ele será ouvido. Nosso governo terá sua ação baseada na sociedade civil organizada. O pouco dinheiro que a gente tem será executado naquilo que a população mais precisa - afirmou.

A atual prefeita e candidata à reeleição, Sheila Gama, disse que seu governo teve boas realizações.

- O prefeito passa e o funcionário público fica. Cuidamos dele. E também da educação. Sou do PDT de Darcy Ribeiro. Agora temos escola com boa alimentação e integral. Vamos construir dez novas escolas - prometeu.

O candidato Walney Rocha afirmou que, caso eleito, vai ficar "de pires na mão".

- Vou ficar de pires na mão, porque com a parceria é que vamos conseguir soluções efetivas para a região. A relação entre o governo e a população está cada vez mais distante. Precisamos realmente ouvir a sociedade civil organizada. Temos que ouvir aqueles que não têm voz - afirmou o petebista.

Dessa forma encerrou 3 horas debates com qualidade.

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